25 de set. de 2008

Debret

Debret


Jean Baptiste Debret foi um pintor francês que chegou ao Brasil,em 1816,junto com outros artistas, todos componentes da missão artísticas trazida por D. João VI. Ele pintou grandes acontecimentos da Corte e retratos de pessoas da nobreza.
Mas o que ele gostava mesmo era de ir para as ruas, com lápis e papel na mão,anotando em desenhos rápidos cenas da vida cotidiana das pessoas comuns.Quando voltou a Paris,em 1831,reuniu seus desenhos e aquarelas num álbum,em 3 volumes,que chamou Viagem Pitoresca e histórica ao Brasil. Debret foi um fiel repórter do Rio de Janeiro,cidade que muito amou.Em 1848,ele faleceu em Paris,aos 80 anos.


Debret descreve sua viagem e as emoções de chegar a um país tropical.

A chegada:

Devido ao mau tempo, tiveram de esperar seis semanas para poder embarcar para o Brasil. Partiram, finalmente, do porto de Le Havre, no litoral atlântico da França, no dia 22 de janeiro de 1816.
Depois de um mês de navegação, ancoraram nas ilhas de Cabo Verde para encher os barris de água. Continuando a navegar, sentiram que a temperatura se tornava insuportável.
Finalmente no dia 25 de março, pelas oito horas da manhã, avistaram no horizonte o Rio de Janeiro. Ao cair do sol, chegaram à entrada da baía. Ancoraram a duas distâncias de tiro de fuzil de um rechedo chamado Pão de açúcar. Com o escuro da noite, só conseguiram ver o contorno das montanhas da região.
O silêncio da floresta permitia ouvir, ao longe, o som dos sinos. Os detalhes e o colorido da paisagem eram absolutamente novos para eles. Foi um sonho universal que embalou o sono dos artistas durante esta última noite a bordo.
No dia seguinte, um homem simpático, de certa idade, de modo simples e educado, foi enviado para guiar o navio deles até o interior daquela baía.
Cumprindo ordens do governo, seguiram sob direção, até ancorar próximo aos cais. Nessa posição, deviam esperar a visita das comissões sanitária e militar da cidade. Elas estavam encarregadas de verificar as condições de saúde e os passaportes.
A Alfândega verificou que mercadorias poderiam desembarcar. Terminadas essas formalidades, tiveram licença para descer. Às seis horas da tarde no dia 26 de março, desembarcaram no cais do largo do Palácio.
Pegando o lápis, apontando a véspera, Debret começou a desenhar, com cuidado, o lugar onde estava.



Debret descreve os principais integrantes da família real.

A família real:

Para evitar repetições acerca da história dos príncipes, já tão detalhada sob tantas formas, Debret foi obrigado a restringir à simples indicação de alguns pontos principais de referência.
D. João VI só usou seu uniforme real de gala no dia da sua aclamação. Bom cavaleiro na mocidade,tornou-se obeso no Brasil,abandonando a equitação.
Era de temperamento sanguíneo e de pequena estatura. Tinha as pernas e as coxas extremamente gordas e as mãos e os pés muito pequenos. Parcimonioso para consigo mesmo,mostrou-se,ao contrario,generoso para com seus servidores.
D. Pedro I era forte,de grande estatura. De temperamento bilioso e sanguíneo. Revelou todas as qualidades dignas de um soberano regenerador,conservando,todavia,uma paixão marcada pelo fausto exterior do trono. Econômico na sua maneira de ser,assim que tomou rédeas do governo aproveitou todas as oportunidades para enriquecer. Graças a essa prudência,depositava algum capital em bancos estrangeiros. Essa iniciativa fez com que ele levasse alguns valores quando partiu do Brasil,feliz por não ter confiado nos subsídios incertos,concedidos voluntariamente.
Por um estranho capricho,o Império do Brasil,situado na zona tórrida,foi buscar sua primeira imperatriz em um dos Estados no norte da Europa. Foi assim que vimos a arquiduquesa Leopoldina José Carolina chegar ao Brasil.
Era de pequeníssima estatura. Sua Fisionomia expressiva e a vivacidade de seus olhos revelavam sua origem espanhola. Cheia de dotes,cercava-se de gente fina e intelectual. Vivia separada do rei na Quinta da Boa Vista,em São Cristóvão. A idéia fixa de regressar a Lisboa muito contribuiu para desgostar a rainha. Com efeito,ao partir,ela revelou sua louca alegria exclamando: “ Vou enfim encontrar uma terra habitada por homens.” Cruel decepção! Na Europa tudo havia mudado. D. Leopoldina encontrou em Lisboa legisladores com poder nacional,que determinavam regras que ela teve de aceitar. Durante seu mandato como imperador, d. Pedro I mandou construir fortalezas,dentro e fora da baía do Rio de Janeiro. Assim,todos os pontos da cidade estariam defendidos contra um desembargue inimigo. Circulavam boatos sobre a vontade das Cortes de O artista parte,levando um pouco do Brasil dentro de si.


Grupo:

Camila Nunes ;Fábia Fernanda ;Letícia Martins
Fonte:

Debret,Jean Baptiste, 1768-1848
Debret(1816-1831)/ Jean Baptiste Debret:
Adaptação,organização e atividades.André Pereria-Rio de
JaneiroNova Fronteira 2000
35 p.:Il..-(Cronistas do Brasil;1)

Leitão,Mécia M.
Um fotografo diferente chamado Debret / Mércia M.
Leitão, Neide Duarte ; ilustração Zeflávio Teixeira. – São
Paulo : Editora do Brasil, 1996. –(Coleção LerArte)

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